Deputados brincando de governador

Parece que virou moda mesmo os membros do legislativo brasiliense se passarem por executivo. Nem os deputados distritais da base do governo escapam da tentação de assumir as obras e ações como atos exclusivos, como se fossem os donos da caneta e do poder. A deputada Jaqueline Silva, que está entre o PTB e o Agir, publicou um jornalzinho com 12 páginas coloridas em que ela brinca de ser governadora.

Nenhuma menção ao executivo

Jaqueline Silva aparece como única dona de muitas obras que foram feitas em Santa Maria, a base eleitoral da parlamentar. Vai da reforma da Feira Central à asfaltamento e iluminação de vias. Veja como ela descreve a obra de estrada (com erro de português e tudo): “Em fevereiro, nós entregamos à Santa Maria uma de nossas maiores conquistas: o asfaltamento completo e a construção de ciclovia em toda a vicinal 371”. O GDF e o DER não merecem uma menção sequer.

Todas as emendas executadas

É o mesmo comportamento de deputados da oposição, como Eduardo Pedrosa (DEM) e Reginaldo Veras (PDT), que se recusam a citar o GDF e o governador Ibaneis Rocha em obras realizadas pelo GDF. Mas os deputados têm mesmo motivos para comemorar. O governo Ibaneis Rocha é o primeiro na História do Distrito Federal a executar 100% das emendas parlamentares, ou seja, conforme a indicação dos deputados. É uma rara – senão inédita – demonstração de respeito do poder executivo com o legislativo, independentemente das divisões partidárias.

Jaqueline Silva e Eduardo Pedrosa conversam no Plenário. Crédito: CLDF

Caderno com as propostas

A inovação ocorre porque o GDF vem publicando anualmente um caderno de projetos onde estão relacionadas as prioridades para o exercício. Diante dos projetos prontos, os deputados escolhem os que melhor cabem em suas propostas políticas e fazem a destinação da verba que têm direito como legisladores e o governo executa usando total ou parcialmente este dinheiro. O método, que se revelou um sucesso, será mais uma vez usado em 2022.

Nova edição está pronta

O novo Caderno de Emendas Distritais 2021/2022 já está pronto, elencando as demandas propostas pelos órgãos e entidades do GDF (poder executivo) para que os deputados possam selecionar suas opções. O novo caderno deve ser entregue à Câmara Legislativa no dia 1º de outubro. 

Mais lama para rolar

O deputado Leandro Grass (Rede) tomou as dores de um assessor de seu gabinete que gosta de fazer críticas ao governador Ibaneis Rocha por… birra. Melhor o deputado não se envolver tanto com o assessor – que aliás é um eclético, trabalhou com Cristovam (PT), Roriz (MDB) e Rollemberg (PSB); de onde se vê que não tem ideologia ou mesmo lado a nortear a carreira. Mas cuidado, deputado: tem muita lama para rolar debaixo da ponte.

Ampliação da assistência social

O GDF continua ampliando sua já ampla rede de assistência social. Em tempos de dificuldades financeiras, o governo local tem oferecido paliativos para as famílias mais carentes, garantindo que elas tenham, pelo menos, acesso a comida. Depois de lançar o Cartão Gás, que vai dar R$ 100,00 para 70 mil famílias a cada dois meses para ajudar na compra do botijão de gás, o Restaurante Comunitário do Sol Nascente foi reaberto com uma novidade: passa a servir também o café da manhã, e a um preço mais do que camarada: R$ 0,50. 

Operação custa caro

Os restaurantes comunitários prestam um grande serviço aos mais carentes, mas representam um custo alto aos cofres públicos. Cada refeição servida custa, em média, R$ 6,17, e como é cobrado apenas R$ 1,00 do público, o GDF arca com R$ 5,17 em cada uma das 14 unidades que estão em funcionamento. Ainda assim, o plano do GDF é ampliar a rede com pelo menos mais quatro restaurantes.

Restaurante Comunitário. Foto: Lúcio Bernardo Jr Agência Brasília

Restaurante Comunitário. Foto: Lúcio Bernardo Jr Agência Brasília

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