Rumo do PL

Colunista: Armando Guerra 
Matéria publicada simultaneamente com o jornal Brasília Agora 

Confirmada a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL)
perde o brilho que o ex-presidente lhe deu. Fica enfraquecido em todo o
país, inclusive no Distrito Federal. Aqui o PL tem a segunda maior bancada
na Câmara Legislativa, com quatro distritais: Daniel Donizet, Thiago
Manzoni, Joaquim Roriz Neto e Roosevelt Vilela. Juntos, conquistaram
100.407 votos nas eleições de 2022, totalizando 6,01% dos votos válidos.
Na Câmara Federal, o PL brasiliense tem dois deputados: Bia Kicis e
Alberto Fraga, que juntos obtiveram 246.558 votos (15,11%).

O desejo de mudar

Os seis parlamentares brasilienses de direita ainda não se
manifestaram se deixam ou não o PL caso se confirme a inelegibilidade de
Bolsonaro. Mas não escondem o desejo de mudar de legenda. O motivo é
o mesmo: sem o ex-presidente, o partido perde fôlego político e eleitoral.

O MDB namora

Quem namora os distritais do PL é o MDB do governador Ibaneis
Rocha. O partido passou a ter a maior bancada na Câmara Legislativa com
a filiação da deputada Doutora Jane. Pode ter ampla maioria se conseguir
a adesão de pelo menos mais um distrital. Diante da iminente
inelegibilidade de Bolsonaro, o MDB mira os distritais do PL.

Joaquim, o cobiçado

Qualquer um seria bem-vindo ao MDB, mas o preferido é Joaquim
Roriz Neto. Ibaneis tem boa relação com a família do lendário governador
Roriz. E o neto do ex-governador apoia Ibaneis. Junta a fome com a
vontade de comer.

Bia fica

É pouco provável que Bia Kicis ou Alberto Fraga troquem de partido.
Bia preside o PL brasiliense desde 30 de março de 2023, substituindo a ex-
deputada federal Flávia Arruda, após a ex-ministra de Bolsonaro abraçar
Lula na posse do presidente eleito. Além de presidir o PL, Bia é a maior
estrela da direita no DF. Teve 217.733 votos (13,32% do total). Deixar o PL
seria desprezar seu eleitorado conservador.

Fraga não sai

Fraga também está confortável no PL. Tem sido a voz da direita
brasiliense contra o Governo Lula e em defesa do Fundo Constitucional do
DF. Não faz oposição visceral ao governador Ibaneis Rocha. Juntou-se a ele
na luta contra o jabuti que retira recursos do Fundo Constitucional. Não
depende de Bolsonaro para manter o território político que conquistou no
DF, onde obteve 28.825 votos (1,79% do total) em 2022.

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