Senador Izalci no universo paralelo

O Senador Izalci Lucas é um político que vive em outro mundo. O que ele fala tem pouco a ver com a realidade que o cerca, mas ele continua assim mesmo, vivendo um universo paralelo ao qual o eleitor não tem acesso. Na sua cruzada para se tornar candidato minimamente viável ao Palácio do Buriti, o senador tem sentado praça nas regiões mais miseráveis do Distrito Federal, gravando vídeos com pouco conteúdo verdadeiro.

Proselitismo na favela

Ele parece ter gostado especialmente de Santa Luzia, uma invasão colada na cidade Estrutural, onde a vida é especialmente difícil porque os governos – seja Distrital ou Federal – são impedidos de oferecer políticas públicas enquanto a questão da localização não for definida. É óbvio que o senador Izalci sabe que as famílias vivem numa área sensível ao meio ambiente, lindeira ao Parque Nacional de Brasília. É uma situação que ele poderia tentar ajudar no Congresso Nacional, mas ele prefere fazer proselitismo.

Exploração da miséria

Santa Luzia é paupérrima; as ruas são de terra, não há equipamentos públicos, as pessoas convivem com esgoto a céu aberto e abastecimento de água e energia mais do que precários. Ali não é possível instalar sequer um ponto de assistência social, embora muitas famílias recebam auxílio dos governos Distrital e Federal. Ao invés de ajudar, o senador explora a miséria alheia e não diz aos seus eleitores a verdade.

Impasse em toda área

A situação ali só pode ser resolvida com uma mudança de destinação de área, transformando o que é preservação ambiental, em área para uso urbano. Isso roubaria um naco significativo da Floresta Nacional e enfrenta forte resistência do Ministério Público. Como as famílias ali assentadas não querem ser transferidas para outra região, está criado o impasse que mobiliza autoridades dos executivos e que deveriam sensibilizar também os parlamentares.

Oposição de elogios

A deputada federal Paula Belmonte, que ainda está no Cidadania, mas de malas prontas para qualquer outro partido, disse em entrevista recente que o GDF faz muitas obras. É um reconhecimento estranho para quem se diz oposição ferrenha. Parece o senador Izalci, que declarou ao Correio Braziliense que “o governo Ibaneis só faz obras grandes”. O governador certamente agradece a seus “opositores” pelo reconhecimento.

Transparência no portal

A deputada Belmonte ainda tentou jogar uma lama, dizendo que as obras não têm transparência, mas talvez fosse o caso de pedir a um assessor para pesquisar exatamente no Portal da Transparência como o trabalho vem sendo feito. Os elogios dos órgãos de controle não são gratuitos; tudo vem sendo publicado passo a passo.

À frente dos bois

O ex-deputado Tadeu Filippelli disse a alguns blogueiros que tem o compromisso do senador Reguffe para apoiá-lo a se eleger presidente da Câmara Legislativa na próxima legislatura. Esquece de dizer que, para isso, Reguffe teria que se eleger governador e ele próprio teria que conseguir uma das 24 vagas de deputado distrital. É como se a galinha nascesse do ovo.

Para baixo o santo ajuda

Aliás, o presidente do MDB, Baleia Rossi, ainda não desistiu de convencer Filippelli a se candidatar a deputado federal. Segundo ele, com uma boa nominata ele poderia ser eleito. Mas Filippelli não quer saber dessa conversa. Mesmo com uma carreira de ex-federal e até ex-vice-governador, ele acha que não dá e prefere descer um degrau.

O fazendeiro explica?

O ex-deputado Alberto Fraga publicou uma série de vídeos feitos em suas fazendas, grandes produtoras de soja, dizendo que era uma forma de relaxar. Só não esperava que os inimigos fossem questionar: “Como é que um ex-coronel da PM tem condições de ter três fazendas, maquinário caríssimo de última geração, dezenas de funcionários e ainda mora numa mansão em ponta-de-picolé no Lago Norte, um dos pontos mais valorizados de Brasília?”

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