Grass, espinho na garganta petista

Os petistas candangos ainda estão com o espinho atravessado na garganta e não engoliram bem a ordem da Direção Nacional do PT (leia-se Lula) de lançar o deputado distrital Leandro Grass (PV) ao Palácio do Buriti, descartando o ex-deputado federal Geraldo Magela e a sindicalista Rosilene Corrêa. A pergunta que não quer calar: o que o PT ganha com Grass? Afinal, segundo petistas raiz, Grass é um ilustre desconhecido. É o que também apontam pesquisas internas, nas quais Grass aparece com pouco mais   de 2% das intenções de voto para governador. Não é nada, não é nada, não é nada mesmo.

A sabedoria de Romário

Nas eleições de 2018, concorrendo pela Rede e de carona na coligação de esquerda, Grass pegou a última vaga na Câmara Distrital com minúsculos 6.578 votos – Magela teve mais votos que ele. Ou seja, falta-lhe musculatura eleitoral. E mais: a candidatura de Grass retira pela primeira vez o PT da disputa ao Buriti. Um petista de carteirinha corroída traduz a candidatura de Grass citando o então jogador Romário: O cara entrou no ônibus agora e já quer sentar na janela”.

O mico Agnelo

Grass pode passar pelo mesmo mico que Agnelo Queiroz em 2010, quando, também imposto por Lula, foi candidato ao Palácio do Buriti e Dilma Rousseff concorria à Presidência da República. Num grande comício do PT em Brasília, Agnelo teve que ouvir a então candidata à presidência se referir a ele apenas como “nosso candidato a governador”. Ela simplesmente não sabia o nome do companheiro. Mico histórico.

Bolas trocadas

Em 2011, outro mico com o nome de Agnelo. Em discurso durante a 4ª Marcha das Margaridas, a presidente eleita Dilma trocou o nome do governador eleito do DF. Em vez de Agnelo Queiroz, chamou-o de “Agnelo Rossi”. Rossi é o sobrenome do então ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que à época enfrentava denúncias de irregularidades na pasta.

Livre, leve e solto

Leandro Grass não quer saber de nada. Vai tocando seu violãozinho e seguindo em frente. Uma coisa é certa: o candidato será ele mesmo.

O caso das facadas

No último dia 14 de maio fez um mês que o repórter Gabriel Luiz (TV Globo) recebeu dez facadas num estacionamento no Sudoeste, onde mora. Ele foi socorrido rapidamente por equipes do Corpo de Bombeiros e do Samu, que o levaram ao Hospital de Base. Ali, ele foi salvo da morte por 12 profissionais, entre eles quatro médicos, dois anestesistas, dois enfermeiros e quatro técnicos em enfermagem. A Polícia Civil também agiu rápido. Em menos de 24 horas, prendeu os dois criminosos que esfaquearam Gabriel.

Será ingratidão ?

Depois de ser salvo no HBDF, o repórter foi transferido para o Hospital Brasília. Ao receber alta, Gabriel gravou um vídeo em que se limitou a agradecer “aos enfermeiros” que o salvaram, sem citar a eficácia da equipe e do próprio Hospital de Base, cujos serviços sempre foram acidamente atacados pelo repórter nos telejornais da Globo.

Insinuações porque?

O repórter também pôs sob suspeição a conclusão da Polícia Civil sobre o caso. As investigações apontaram que ele fora vítima de assalto, mas Gabriel, em entrevista, deixou a entender que tentaram assassiná-lo por causa de suas reportagens investigativas. Os policiais ainda esperam alguma palavra de agradecimento, ainda que a emissora onde o jovem trabalha tenha reconhecido a excelência dos serviços prestados.

Gratidão vem da família

O jovem Gabriel deveria seguir o exemplo do pai, Wilton Luiz, que depois da alta do filho declarou ao Correio Braziliense: “Quero agradecer muito a equipe do Hospital de Base, que foi fundamental junto com a assistência imediata do porteiro, do casal vizinho do Gabriel e do Corpo de Bombeiros”.

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