As contrariedades do senador Izalci

O senador Izalci Lucas ficou duplamente contrariado. Inicialmente com o resultado da pesquisa do Instituto Ideia sob encomenda do site Metrópoles. O resultado veio muito aquém do imaginado e do que havia sido prometido a ele pelos marqueteiros: míseros 5,4% dos votos. E isso depois de ter investido pesadamente na propaganda eleitoral gratuita, ocupando todos os horários do partido.

Estrela solitária

Izalci “roubou” até o espaço dedicado às mulheres – 30%, como manda a lei eleitoral – o que rendeu mais críticas do que benefícios a ele. O senador foi praticamente uma estrela solitária dos tucanos nos filmes e spots regionais apresentados nas emissoras de tevê e rádio, mas ainda assim não conseguiu decolar. Não surpreende: ao invés de dizer o que pensa para o DF preferiu falar mal do governador Ibaneis, inclusive citando-o nominalmente, o que pode render um processo na Justiça.

Lembrança vira fumaça

Outro erro estratégico foi acumular todos os horários a que o partido tinha direito no início da janela, ou seja, falou antes de todo mundo, falou demais e não ficou nada do discurso. Quando os outros partidos entraram no ar, Izalci virou fumaça na lembrança do eleitor. O resultado é que houve a frustração das expectativas e o staff do senador não sabe o que fazer para buscar um novo caminho.

Ditos populares

O ditado popular diz que quem chega antes bebe água limpa, mas a política não obedece a muitos adágios. No caso, quem deixa o recado mais convincente leva sempre vantagem.

O fator Simone Tebet

Mas houve mais notícia ruim para atormentar a vida política do senador Izalci: a decisão da federação formada por PSDB e Cidadania de apoiar a candidata Simone Tebet, do MDB, à presidência da República. Nem que a união partidária seja restrita à eleição presidencial, fica muito ruim manter a postura de opositor radical ao governo local – até porque, sempre é bom lembrar, Izalci foi eleito graças a uma generosa mãozinha de Ibaneis.

Saia mais justa

Izalci está cavoucando uma vaga para disputar o governo, mas tem problema para se ajustar com o Cidadania, que quer ver a deputada federal Paula Belmonte disputando o Senado. Os dois partidos estão federados, ou seja, formam um corpo só. Mesmo presidindo o PSDB ele não tem como garantir a própria vaga; já esteve até com o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, para pedir um espacinho. Com o fator Simone Tebet, a saia fica bastante mais justa.

A hora da experiência

Uma grande entidade empresarial do DF procurou saber o que o eleitor está esperando do próximo governador, independentemente do nome. É uma prospecção de expectativa, feita a partir de uma consulta com 1200 entrevistados de todas as regiões e o resultado é cabal: ao contrário da eleição passada, quando se buscava uma novidade, desta vez querem um administrador seguro, experiente e experimentado. O discurso da novidade se perdeu no meio da crise criada pela pandemia de covid-19.

Maré de boas novas

É mais uma boa notícia que o governador Ibaneis Rocha recebeu.

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