Dias muito quentes na política

Os bastidores da política fervem nesses últimos dias de janela partidária, quando os candidatos podem mudar e remudar de agremiação sem consequências. Candidatos já acertados com algumas legendas estão aceitando propostas mais vantajosas de outras, mostrando claramente de que barro é feita a política brasileira, onde os interesses pessoais não respeitam qualquer bandeira ideológica ou mesmo filosófica.

“Sou do contra”

Um caso exemplar é do deputado distrital Reginaldo Veras que, depois de anos no PDT, está à caça de uma nova casa. Quando perguntado sobre que tipo de partido procura, diz simplesmente, que “vai ficar contra o governador”. Não é contra uma ou mais políticas do governo, ou contestando algum programa do governo; mas contra a pessoa do governador.

Muitos a favor

Mas Veras é uma voz isolada. Há uma verdadeira corrida de partidos inteiros para integrar a base de apoio da candidatura à reeleição de Ibaneis Rocha. O mais recente apoio é do Pros (Partido Republicanos da Ordem Social). O partido já declarou apoio e vai formar uma nominata apenas com candidatos que querem a reeleição.

A agonia dos campeões

Com as novas regras eleitorais, alguns campeões de voto estão com dificuldade de encontrar algum partido para se lançar. Assim, o deputado distrital Fernando Fernandes – que depois de administrar Ceilândia deve ter agregado mais votos aos 29.420 que teve nas últimas eleições (foi o segundo mais votado) – está conversando com muitos caciques, mas não consegue fechar com nenhum partido.

Barraco de excelências

Candidatos que nem foram tão bem assim na eleição passada também enfrentam oposição para conseguir um teto. É o caso de Tabanez, que teve 8.078 votos e não se elegeu, mas agora é temido, causando até uma rebelião dentro de um partido grande e tradicional como o MDB. Na sessão da última terça-feira, na Câmara Legislativa, o tempo fechou entre o distrital Hermeto, líder do governo, e o colega Rafael Prudente, presidente da Casa e do partido.

Briga por espaço

Hermeto disse que estava se sentindo traído pelo presidente de seu partido, que assinou a ficha de filiação de Tabanez sem o avisar e sem respeitar um acordo que teria sido feito, buscando preservar o mandato de Hermeto que teve 11.555 votos e foi eleito pela média da coligação (estava no PHS). Hermeto perdeu muito espaço na sua principal base eleitoral – as forças de segurança – com a ascensão do também deputado Roosevelt Vilela, agora no PL.

Um reforço federal

Por falar em MDB, o partido pode ter um reforço de peso em sua chapa para deputado federal. A cúpula nacional do partido vem se mobilizando para que Tadeu Filippelli desista da ideia de se candidatar a deputado distrital e volte a tentar uma vaga na Câmara Federal. “Tadeu é grande demais, é um dos quadros mais importantes do partido”, disse um cacique emedebista cheio de penas no cocar.

José Gomes, the end

O deputado José Gomes parece ter mesmo chegado ao fim da linha. Condenado por coerção eleitoral por supostamente ameaçar funcionários da empresa da família, deve ficar fora da próxima eleição por causa da lei da Ficha Limpa. Mesmo com a redução da pena imposta pelo TER-DF – para dois anos, quatro meses e 10 dias – ele perde o mandato e não poderá se candidatar. A defesa estuda se vai recorrer, mas a esperança de uma reversão é bem pouca.

Novas paradas pelo DF

O Distrito Federal já conta com 84 paradas de ônibus novinhas, mas nas próximas semanas o número chegará a 148, em praticamente todas as regiões. Até o final do ano, no entanto, a quantidade deve pelo menos dobrar, oferecendo um pouco mais de conforto para quem espera pelo transporte público.

 

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