O Detran, literalmente, está sob nova direção. Saiu Marcelo Portela, entrou Takane Kiyotsuka. O motivo da demissão pode ser explicado pelos versos de “Regra Três”, poema de Vinícius de Moraes:

 

Tantas você fez que ela (e) cansou

Porque você, rapaz

Abusou da regra três
Onde menos vale mais…”

 

Lata velha

O diretor demitido simplesmente estava na contramão das determinações do governador Ibaneis Rocha. Portela bateu de frente com o núcleo duro do Palácio do Buriti. Derrapou, capotou, acabou sendo cuspido do cargo que ocupava desde 9 de agosto de 2022. Virou lata velha.

Poço de reclamações

O retrovisor da história registra que Portela ficou apenas 294 dias no cargo. Tempo em que conseguiu multiplicar as reclamações contra o Detran. Falta de transparência nos preços dos serviços prestados, lentidão na entrega de carteiras de habilitação, descaso com o público atendido, faixas de pedestre apagadas, sumiço de agentes de trânsito das ruas… Tudo isso virou rotina no Detran. Queixas que desaguaram no Ministério Público do DF e chegaram até o governador. Resultado: deu ruim para Portela.

Bom de multa

Mas tem que se admitir: o delegado era bom de multa. Em 2021, o Detran arrecadou R$ 135 milhões em infrações de trânsito. No ano passado, a arrecadação subiu para R$ 145 milhões. Apenas entre janeiro e abril de 2023, foram arrecadados cerca de R$ 66 milhões em infrações, o equivalente a 46% das multas pagas ao Detran em 2022.

Mais um policial

Takane Kiyotsuka é o terceiro policial a assumir a direção do Detran em pouco mais de um ano. Antes de Portela, o cargo foi exercido por Thiago Gomes, oficial da PM, que durou apenas quatro meses no comando do órgão. O novo diretor é velho na vida pública. Passou por diversos cargos no GDF. Foi, inclusive, administrador de Samambaia e Planaltina. Espera-se que Takane não tombe na curva e recoloque o Detran no rumo certo.

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