Entra na reta final a campanha para a eleição ao Conselho dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (CDCA), que acontece em 1º de outubro. São 1.262 candidatos disputando 220 vagas de titulares e 440 de suplentes. Mandato de quatro anos e salário de R$ 6,5 mil. Atrativos que fizeram aumentar em 50% o número de candidatos em relação à eleição de 2019. Mas há outro interesse em jogo nessa disputa: o poder político. Cobiça que atrai homens, mulheres, partidos políticos e igrejas de diferentes matrizes religiosas.

Foco em 2026

Os “tios” e “tias” eleitos irão atuar diretamente junto aos moradores, perto da realidade de cada cidade. Esse contato, esse conhecimento, transforma cada conselheiro em potencial cabo eleitoral e viabiliza até mesmo a própria candidatura a algum cargo eletivo, especialmente à Câmara Legislativa. Daí a própria Câmara ter entrado de cabeça na campanha, convocando eleitores a comparecerem às urnas em 1º de outubro. Tudo focando as eleições de 2026.

Batalha religiosa

Como ocorreu em 2019, a campanha de 2023 ganhou viés político-religioso. Pastores evangélico disputam com católicos os votos dos eleitores. Batalha travada, principalmente, no livre território da internet. A participação de religiosos na disputa sempre aconteceu, mas cresceu diante do interesse de igrejas evangélicas em conquistar espaço político não apenas no parlamento, mas também em órgãos como o Conselho Tutelar. É ali, em contato com crianças, adolescentes e familiares dos menores, que podem semear teses que condenam, por exemplo, a relação de pessoas do mesmo sexo.

Vale tudo

As regras eleitorais para o Conselho Tutelar permitem que os candidatos distribuam santinhos, façam campanhas em redes socais e promovam comícios. A campanha de diversos candidatos chama a atenção de experientes marqueteiros pela qualidade do material divulgado. Coisa de profissional. O que leva a suspeitar que partidos políticos, além de igrejas, estejam dando uma mãozinha financeira a seus candidatos ao Conselho. É o vale (quase) tudo eleitoral.

BANCADA EVANGÉLICA

Dos 24 deputados da Câmara Legislativa, 10 se declaram evangélicos. Esse grupo religioso, porém, pluripartidário, agora tem novo comando. O deputado Iolando (MDB), vice-líder do Governo, assumiu a presidência da Frente Parlamentar Evangélica da Câmara. Iolando vai liderar os seguintes companheiros de fé: Daniel de Castro (PP), Hermeto (MDB), João Cardoso (Avante), Jorge Viana (PSD), Joaquim Roriz Neto (PL), Martins Machado (Republicanos), Paula Belmonte (Cidadania), Roosevelt Vilela (PL) e Robério Negreiros (PSD).

MAIS SAÚDE

A rede pública de saúde ganhará mais dois hospitais regionais: um no Guará, outro no Recanto das Emas. Mas o começo das obras ainda vai demorar. É que apenas na última sexta-feira (22) o Tribunal de Contas do DF autorizou a Novacap a ajustar o processo licitatório para contratar as empresas que vão executar as obras. O Tribunal quer que até o projeto arquitetônico seja devidamente adequado à estética desejada pela Corte. A Novacap terá que republicar o edital e estabelecer novos prazos para a licitação, o que também leva algum tempo. Até a proclamação do resultado, ponha mais tempo nisso. Dos males, o menor. Pelo menos o TCDF deu sinal verde para a construção dos hospitais.

Quem vai cuidar

A oposição já questiona se os novos hospitais serão administrados pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges), que dirige o Hospital de Base e de Santa Maria, além de 13 UPAs. O GDF ainda não se manifestou. Uma dor de cada vez.

ARAPOANGA

O governador Ibaneis Rocha pretende fechar setembro com chave de ouro. No sábado (30), implantará oficialmente a Administração Regional de Arapoanga, criada em dezembro de 2022.  É a 34ª das 35 regiões administrativas do DF. Os mais de 50 mil moradores agradecem.

    

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