O telhado de vidro da senadora

A senadora Leila Barros (PDT), ou do vôlei, parece que ela não se decidiu qual nome usar, lançou sua candidatura ao Palácio do Buriti com o velho discurso de combater com rigor desvio de dinheiro público. A promessa soa como um falso brilhante diante do que a Polícia Civil apurou sobre a gestão dela na Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) no Governo Rodrigo Rollemberg. Coisa cabeluda.

As amigas do vôlei

Quando abandonou as quadras, Leila criou o Instituto Amigos do Vôlei (IAV) junto com a ex-atleta Ricarda Lima, parceira e companheira de seleção brasileira. No malfadado governo de Rodrigo Rollemberg, Leila foi secretária de Esporte e Lazer, tendo a amiga Ricarda como secretária-adjunta. Com a dupla no comando da SEL, o instituto que elas criaram abocanhou um contrato de R$ 10 milhões com o GDF. A jogada chamou a atenção do Tribunal de Contas do DF, que logo detectou irregularidades como “superfaturamento na compra de uma plataforma de piscina e de bolas de basquetebol e tênis”.

Operação tie-break

Em 2018, Leila foi eleita senadora. Para chefiar o gabinete dela no Senado, levou a inseparável amiga Ricarda Lima, com salário bruto de R$ 22.943,73. A casa caiu no dia 23 de fevereiro de 2021, quando a Polícia Civil deflagrou a Operação Tie-Break para investigar irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas no contrato entre o Instituto Amigos do Vôlei e o GDF. As primeiras investigações apontaram que o IAV não havia conseguido comprovar gastos de pelo menos R$ 3 milhões e que teriam sido desviados R$ 800 mil na prestação de serviços ao Centro Olímpico de Santa Maria.

Um laranjal no quintal

De lá para cá, a senadora já não deve estar dormindo muito tranquila, porque o pesadelo continua. As investigações da Polícia Civil apontaram que uma verdadeira quadrilha, composta por “laranjas”, comandava o Instituto Amigos do Vôlei. O processo, em andamento, pode apontar para peculato e formação de quadrilha, segundo renomada banca de advogados criminalistas. Leila tem imunidade parlamentar, mas Ricarda Lima não conta com esse privilégio.

Hora do set decisivo

Tie-break, quem gosta de vôlei sabe, é a expressão usada para definir o set decisivo, que determina a vitória ou derrota do time. Não se sabe no que vai dar a investigação e, quem sabe, julgamento, mas a situação de Leila deveria colocá-la em alerta: ela está levantando uma bandeira que não consegue erguer impunemente. É melhor esperar as investigações antes de sair acusando os outros.

Entrevista impactante

A conversa política do último domingo girou em torno da entrevista que o governador Ibaneis Rocha deu ao programa do Wigão, na rádio Atividade. Foi impactante. O governador demonstrou que controla todos os aspectos de seu governo, citando detalhes de todas as obras e ações sociais que estão sendo feitas pelo GDF. Ao mesmo tempo, demonstrou humildade ao reconhecer que muito ainda precisa ser feito.

Precisa fazer mais

“Para o eleitor, quatro anos parece muito, mas para o gestor há muitas limitações: no primeiro ano, trabalhei com o orçamento feito pelo governador anterior, depois veio a pandemia que drenou muitos recursos por dois anos. Ou seja: só agora estamos podendo nos dedicar integralmente ao projeto. Mesmo com os problemas fizemos muita coisa, mas é preciso fazer mais; por isso é que vou tentar a reeleição”, disse Ibaneis Rocha.

Mais cinco ou sete horas

O governador ficou mais de três horas no ar, respondendo perguntas do público e dos convidados que estavam no estúdio. Fez várias revelações, citou obras e programas importantes mas ainda pouco conhecidos. No final, ainda brincou: “Eu podia ficar aqui com vocês mais cinco ou sete horas que não ia dar conta de falar tudo o que fizemos no governo”.

0 Comments

Leave a Comment