O desconforto do senador Reguffe

O senador Reguffe ficou evidentemente incomodado com o lançamento da candidatura da deputada Paula Belmonte (Cid) ao Senado. O desconforto ficou tão evidente que ninguém do União Brasil esteve na festa que marcou a efeméride, com direito a pagode ao vivo. Nem mesmo o presidente local da agremiação, o advogado Manoel Arruda, que andava sendo carinhado pelo consorte da deputada, o também advogado Luís Felipe Belmonte.

Candidatura à força

O objetivo maior de Reguffe é buscar a reeleição ao Senado Federal, isso ele não esconde, embora ainda não tenha se definido. Com a entrada de Paula Belmonte nessa disputa a interpretação de pessoas próximas ao senador é que estão tentando emparedá-lo, forçando que ele saia como candidato ao governo. O raciocínio é feito à luz das pesquisas de intenção de voto.

Na pesquisa, vantagem é de Reguffe

As pesquisas à disposição do partido – assim como outros levantamentos conhecidos – mostram que Reguffe só teria dois adversários de verdade se resolver disputar o senado: a deputada Flávia Arruda e o ex-governador Paulo Octávio, mesmo assim se não saírem os dois. Mas se a ex-ministra Damares Alves decidir sair mesmo tira alguns votos de Flávia.

Um peso a menos

Como o União Brasil é bem maior que o Cidadania e nem depende de outros partidos – o Cidadania está federado com o PSDB, tem que se submeter à vontade tucana – Reguffe não precisa se submeter à chantagem do casal Belmonte. Aliás, se livra de um peso de ter que circular ao lado de Luís Felipe, bolsonarista de carteirinha, que tentou até criar um partido para o presidente, o Aliança. Só que fracassou.

Saída pela esquerda

A saída do senador parece estar delineada: Senado na chapa de Leila (PDT).

Quem é você?

Uma presença chamou a atenção no lançamento da candidatura de Paula Belmonte: a do presidente do PMN do Distrito Federal, o advogado e empresário Lucas Kontoyanes. Ele é aliado do governador Ibaneis Rocha e tem o controle da Secretaria de Atendimento à Comunidade. Mas parece que quer mais.

O PT é todo ouvidos

O PT adiou a oitiva de seus filiados do Distrito Federal para escolher se preferem o ex-deputado federal Geraldo Magela ou a sindicalista Rosilene Corrêa como candidato do partido. Fica para os dias 27 e 28 de maio. Mas é uma consulta café com leite, como se dizia nas brincadeiras de criança, porque pode não valer nada. O PT brasiliense deve ter que engolir o distrital Leandro Grass, do PV, como o candidato da esquerda ao Governo do Distrito Federal.

Espírito rebelde aflora

A executiva acional do partido está empurrando o nome de Leandro Grass goela abaixo dos petistas, disfarçada como “recomendação”, mas na verdade é uma ordem. Mas o espírito rebelde dos petistas é maior: tem muita gente pregando desobediência.

E o que vai sobrar?

Caso os delegados obedeçam à ordem de quem manda, o que restará ao PT do DF? Algumas prováveis opções: 1 – Lançar Magela ou Rosilene como vice de Grass. 2 – Lançar um dos dois ao Senado para disputar contra a deputada federal Flávia Arruda (PL), a ex-ministra Damares (Republicanos), o senador Antônio Reguffe (União Brasil) e o empresário e ex-governador Paulo Octávio (PSD). 3 – Lançar Magela e Rosilene à Câmara dos Deputados, o que entraria em rota de colisão com a deputada federal Erica Kokai, que tem amplas chances de se reeleger. Ô dúvida cruel!

A força verde

Nas eleições de 2018, Leandro Grass foi o último. Filiado à Rede, obteve raquíticos 6.578 votos, suficiente para conquistar a 24ª vaga de deputado distrital graças à coligação. Os petistas superaram, com folga, Grass nas urnas: Chico Vigilante (20.975 votos), Arlete Sampaio (15.537), Ricardo Vale (7.909) e Magela (7.544). Quando os petistas olham esses números, ficam procurando onde está a força eleitoral de Grass para chegar ao Buriti. É a chamada vergonha alheia.

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