Covid deixou Filippelli sem memória?

​A covid-19 deixou sequelas graves em algumas pessoas, mas parece que no caso do ex-vice-governador, ex-deputado federal e ex-secretário de obras – entre muitos outros ex – Tadeu Filippelli parece que o caso é sério. Em evento recente em Ceilândia, ao lado de companheiros de partido, ele começou a dizer que governar não é fazer obras. Segundo ele, obras não podem ser a marca de um governo. Logo ele, que por tantos anos comandou a realização das obras públicas no DF – algumas delas caríssimas, algumas com muitos problemas. É como cuspir para cima, mesmo sabendo que a saliva volta.

Um recado mal dado

​Filippelli estava falando no palanque, ao lado do governador Ibaneis Rocha, que tem obras espalhadas por todas as regiões do Distrito Federal – já são mais de 1.400 delas, de todos os tamanhos, todas com seu grau de importância. Muita gente achou, justamente, que ele estava passando um recado para o atual governador, mas a fala não pegou bem, afinal, ele foi secretário de Obras de Joaquim Roriz, outro grande tocador, e vice-governador de Agnelo Queiróz, quando foi o responsável pelo setor.

Obras que deram até cadeia

​Com Roriz, Tadeu Filippelli esteve à frente de obras como a Ponte JK, o Museu Nacional, a Biblioteca Nacional, a L4 Norte e muitas outras, certamente na casa das centenas. Esteve também à frente das obras do governo petista de Agnelo Queiróz, como o BRT da Saída Sul e até o estádio Mané Garrincha, que rendeu prisão para muita gente, inclusive para ele. Nem todo esse passado, é só olhar quantas vezes o nome dele aparece em placas de bronze, constrangeu o político na hora do discurso.

Um pote cheio de mágoa

​Pessoas próximas do governador Ibaneis Rocha asseguram que tudo é fruto de uma mágoa que Filippelli vem alimentando desde as últimas eleições. Com apenas 27 mil votos, o político não conseguiu se eleger deputado federal; assumiu a cadeira por alguns meses quando a titular Celina Leão (PP) foi chamada por Ibaneis para assumir a Secretaria de Esportes do GDF. Mas a deputada voltou para a Câmara Federal, de onde nunca mais saiu. Filippelli, no entanto, culpa Ibaneis pela decisão da deputada.

Portas fechadas

​As diferenças entre os dois – Ibaneis e Filippelli – têm origem antes mesmo da eleição. Preso, Filippelli perdeu as condições de ser candidato a governador, como desejava e trabalhou, inclusive, reunindo diversas lideranças. Já candidato pelo MDB de Filippelli, Ibaneis mostrou independência desde a campanha e quando venceu, tratou de fechar as portas para a mais cara pretensão de Filippelli: mandar nas Obras. O primeiro secretário nomeado por Ibaneis Rocha foi exatamente o de obras, Izidio Santos, de sua confiança absoluta.

Resposta veio a cavalo

​Mas a provocação de Filippelli não ficou sem resposta. O governador Ibaneis não deixou barato e relacionou diversas obras que estão sendo feitas e que vão beneficiar diretamente a comunidade de Ceilândia, especialmente a reforma completa da Avenida Hélio Prates e o Túnel de Taguatinga. No caso do túnel, Ibaneis botou o dedo na ferida: “é um projeto que vem desde o seu tempo, Filippelli, que nunca saia do papel”. E foi além: “nós trouxemos para a Ceilândia, R$ 1 bilhão de reais. E isso tudo não é porque a gente gosta de obra não; a gente gosta de gente”.

 

A TV da transparência

​A TV Legislativa está novamente no ar. Pegando carona no canal digital da Câmara Federal, a CLDF, funciona no canal 9.3, com programação 24 horas. A maior atração será a transmissão as sessões plenárias, inclusive das comissões, sempre ao vivo, mas a TV também terá conteúdo educativo, sociocultural e até científico. O deputado Rafael Prudente, presidente da casa, diz que é mais um passo no sentido de dar transparência total no trabalho parlamentar desenvolvido no Distrito Federal.

 

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