Chantagem nas eleições do DF

A fofoca anda grande e tem todo o jeito de chantagem. O lançamento da pré-candidatura da ex-ministra Damares Alves ao senado pelo Republicanos vem causando mal-estar entre os apoiadores do governador Ibaneis Rocha. Mas é só mais um capítulo do torneio vale-tudo pela vaga travado pelos aliados; semana passada o ex-governador Paulo Octávio também se lançou ao cargo, que é o mais engarrafado no momento.

Só dá para um deputado

A ex-ministra nunca foi testada nas urnas, mas os líderes do Republicanos, todos bispos evangélicos, acreditam que tem potencial para ser bem votada. A opinião não é partilhada por quem acompanha a política brasiliense de perto. O diretor de um grande instituto de pesquisa acredita que não passa de fogo de palha. “Por mais organizados que sejam os evangélicos, são diversas igrejas, pensamentos e interesses diferentes. Eles até conseguem eleger um deputado federal – mais um só”, lembra ele, analisando a eleição passada.

Briga no ringue político

Não custa lembrar que Paulo Octávio também é evangélico e sempre teve apoio de igrejas de grande porte e prestígio como a Sara Nossa Terra. Mas, justiça seja feita, ele tem brigado pela vaga na seara política e não religiosa.

Reguffe observa de longe

O lançamento de Damares e Paulo Octávio, na disputa com Flávia Arruda, só favorece o senador Reguffe, que vê o caminho escancarado para tentar a reeleição. Mesmo com alguns políticos – com interesses escusos – empurrando Reguffe para disputar o governo, ele tem dito a colaboradores que prefere continuar sua luta na tribuna do Senado.

Ibaneis não muda de posição

O único que não se arrasta um milímetro de suas posições é o governador Ibaneis Rocha. Em entrevista à rádio Nova Brasil FM, nesta terça-feira (26), ele confirmou que é pré-candidato à reeleição porque tem andado pelas ruas do DF recebendo apoio por todas as regiões – isso além das pesquisas que o colocam como franco favorito ao cargo. Além disso é rápido e assertivo quando alguém pergunta quem será candidato ao Senado em sua chapa: Flávia Arruda.

Parceria reafirmada

“Eu cumpro meus compromissos. Eu tenho um acordo fechado com a deputada Flávia, acredito que ela vai fazer um grande trabalho no Senado, e vou cumprir. Enquanto ela quiser ser candidata, terá todo meu apoio”, disse o governador a um amigo comum. Os dois, aliás, estiveram juntos na exposição de capas do Correio Braziliense, no CCBB, na noite de segunda-feira (25). E reafirmaram a parceria para as próximas eleições.

A gastança do Izalci

Em três anos e três meses de mandato, o senador Izalci Lucas (PSDB) gastou com despesas de seu gabinete parlamentar R$ 711.010,71, dinheiro público bancado pelo pobre eleitor. Essa grana daria para comprar 1.102 mil cestas básicas ou pagar 711 mil refeições em qualquer restaurante comunitário do DF.

Recordista em funcionários

A maior parte dessa verdadeira fortuna – exatos R$ 454.220,00 – foi torrada com a “contratação de serviços de apoio parlamentar”, embora o senador tenha à disposição, em seu gabinete, nada menos do que 65 funcionários, incluindo três copeiros. Desses funcionários, 19 atuam num escritório de apoio fora do Senado. Com aluguel desse escritório, o senador gastou R$ 55 mil em três anos e três meses de mandato.

Dinheiro não falta

O senador tem dinheiro para pagar suas próprias despesas. Pela declaração que fez à Justiça Eleitoral em 2018, o patrimônio do então candidato ao Senador era de R$ 8,5 milhões. Apenas em imóveis (casa no Lago Sul, fazenda, apartamentos e sala comercial) ele acumula mais de R$ 5 milhões. Tanta gastança, tanta riqueza não se traduz em benefícios para a população do DF, que vê o mandato de Izalci sendo desperdiçado em ocupar o Senado com sessões de homenagens. É muita gastança pra pouco mandato.

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