Velhos caciques, a turma do mal

​Uma grande movimentação de bastidores na política local tem unido velhos caciques, muitos deles cheios de rolo com a Justiça, contra o governador Ibaneis Rocha. A velha política parece marchar unida contra a proposta de reeleição do atual chefe do Executivo. Encontros sinistros, cochichos e muita traição temperam o motim, já que alguns desses nefastos personagens estiveram – ou estão – próximos do governo, inclusive ocupando cargos de alto escalão. Já ganharam até epíteto: a turma do mal.
O objetivo imediato: atrair Reguffe.

​O grupo não tem uma liderança formal, mas gira em torno de personagens muito conhecidos, que frequentaram páginas do noticiário político e também policial. O que chama atenção dos observadores é que o grupo está tentando atrair para a sua órbita um dos políticos mais conhecidos pela preocupação com a ética e a lisura no trato da coisa pública, que é o senador Reguffe. Ele vem sendo atraído com promessas de muito dinheiro e apoio para a próxima campanha.

Uma pitada de traição

​O sonho do grupo é que Reguffe se disponha a enfrentar Ibaneis Rocha na disputa pelo governo. O ex-deputado Alberto Fraga é quem mais luta por isso, oferecendo até o próprio partido, o União Brasil (resultado da junção do Democratas com o PSL, que elegeu Bolsonaro) para que Reguffe se abrigue. Outro que trabalha abertamente pela candidatura de Reguffe ao governo é o ex-deputado Tadeu Filippelli, que não se envergonha de trair o próprio partido, o mesmo do governador.

A mancha na carreira

​Filippelli já tem a carreira manchada por ter, segundo correligionários, traído Roriz, quando tomou o MDB do governador, que teve que se bandear para o PP. Nos últimos dias, puxou o tapete da própria nora, Ericka Filippelli, que se preparava para sair candidata a deputada distrital, mas teve que sair do MDB.

A escolha de Reguffe

​Resta saber se Reguffe vai cair no canto da sereia, mesmo se arriscando a perder o maior capital que amealhou em sua vida pública, que é a retidão de caráter e o combate a todo tipo de corrupção. O assédio tem sido grande, sufocante, e Reguffe deve mesmo deixar o Podemos, em mais uma migração partidária. E resta saber como a cidade vai ver Reguffe quando ele aparecer no mesmo palanque de políticos enrolados.

O pecado da vingança

​Fraga e Filippelli parecem movidos pela vendeta. Ambos se consideram prejudicados pelo governador Ibaneis Rocha, ainda que se saiba nos bastidores que receberam uma ajuda mais que providencial do atual governador, quando enfrentaram os momentos mais difíceis de sua vida. Gratidão, afinal, é um sentimento que exige altivez e caráter.

Passado esquecido

​É também estranho ver o ex-deputado distrital Alírio Neto abraçado com a turma do mal. Alírio chegou a ocupar a direção-geral do Detran na gestão de Ibaneis e mesmo acometido de gravíssima enfermidade foi mantido no cargo pelo governador. Só saiu bem mais tarde, a pedido, para poder se dedicar à recuperação da saúde, distribuindo muitos agradecimentos a Ibaneis. Mas dizem que algumas doenças afetam a memória.

Entre a aventura e a coerência

​Reguffe está numa encruzilhada. Pesquisas mostram que tem alguma chance de disputar o Senado contra Flávia Arruda – ainda que seja uma contenda apertada – mas que perderia para Ibaneis em todos os cenários. Se resolvesse disputar a Câmara Federal teria eleição garantida e ainda abriria vaga para um companheiro de chapa, que se beneficiaria com a sobra de votos que alcançaria. Reguffe é um político importante para o DF, resta saber se vai se meter numa aventura ou manter seu trabalho pela cidade.

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