Naufragando na hipocrisia

Ex-deputado federal, candidato a governador fragorosamente derrotado pelas urnas, Alberto Fraga tem se mostrado uma figura que beira o patético. Ele vem gravando vídeos dirigidos a uma Polícia Militar e a um Corpo de Bombeiros que não conhece mais e que não o reconhecem como liderança. Ficou três anos e meio lambendo as feridas depois da derrota na eleição passada, não participou das lutas da categoria e reapareceu cheio de mágoa.

Onde está a compostura?

Fraga sonhava fazer oposição a Ibaneis Rocha. Perdeu o partido, transformado em União Brasil, perdeu também a compostura. Diz que falou com o presidente Bolsonaro, que quem estava afastado por não ter realizado seu sonho de ser ministro, sobre o reajuste proposto para as forças de segurança do DF. Se falou mesmo – o nome dele não consta na relação de audiências na agenda do Palácio do Planalto – omitiu a verdade.

Omissão e falta de verdade

Em mais um vídeo divulgado pelas redes sociais, ele volta a dizer que a PM vai ganhar menos que a Policia Civil. Não é verdade. Fraga omite que, pela primeira vez no Distrito Federal, um governo decide enfrentar a questão da paridade salarial entre as polícias civil, militar e o Corpo de Bombeiros. Como são carreiras distintas, com níveis diferentes, houve a comparação entre cargos, começando de Coronel (PM) e Delegado Classe Especial.

Aumento real de 10%

Daí em diante, as carreiras vão sendo compradas de acordo com funções; mas como a PM e CB têm mais níveis, as comparações foram feitas pelo nível de responsabilidade e qualificação. O fato que Fraga esconde é que todos os membros das forças – de coronel a soldado, de delegado a agente – terão aumento real de 10% no salário líquido. Somando com o reajuste anterior, já são mais de 18% de reajuste.

Tíquete igualado

Fraga também prefere esquecer que o GDF igualou o valor do tíquete alimentação entre as forças, que passou a ser de R$ 850,00. E também não fala sobre as constantes reduções de interstícios, o que facilita a promoção dos militares. Mas Fraga gosta de jogar pedra; acha que isso vai aliviar suas frustrações de estar sem mandato, perder a presidência de um partido e ter que pedir voto para dois desafetos: Ibaneis e Bolsonaro.

Rompimento com Bolsonaro

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele declarou que estava rompido com o presidente Bolsonaro. A desculpa oficial é que não conseguia entender “essa falta de sensibilidade do presidente com relação à morte das pessoas”. Disse que havia bloqueado Bolsonaro no WhatsApp. Mas a verdade é que ele esperava virar ministro; a própria biografia, incluindo processos na Justiça impediram sua nomeação, mas ainda assim ele não perdoou o presidente.

Nas garras da Justiça

Com Ibaneis a história é parecida. Um grande jornal da cidade – na época ligado ao então governador Rodrigo Rollemberg – estampou em manchete a condenação de Fraga no caso da empregada doméstica que recebia salários do gabinete dele. Eleito governador, IbaneisRocha foi fundamental para que Fraga se livrasse das garras da Justiça, mas mesmo assim ele foi incapaz de expressar alguma gratidão.

Arma contra frustração

Agora Fraga anda sem rumo. Se abrigou no Partido Liberal, que está na base e vai brigar pela reeleição de Ibaneis. Pena que, nesta luta, tenha escolhido a mentira como arma.

Que vida boa!

Fraga poderia ter uma vida mais confortável, usufruindo a varanda de sua mansão à beira do Lago Paranoá (onde gravou um vídeo, fazendo inveja a outros coronéis de carreira como ele) ou o conforto de suas três fazendas, grandes produtoras de soja, com maquinário caríssimo, de tecnologia de ponta (onde gravou em vídeos também, aumentando a inveja dos companheiros de corporação).

 

 

 

 

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