Brasília recebe duas manifestações distintas: a Marcha das Margaridas e a Marcha dos Prefeitos. Elas têm em comum o fato de mostrar ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional a necessidade de excluir o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) no novo Marco Fiscal. Sem os recursos do Fundo, que bancam principalmente os salários das forças de segurança do DF, manifestações pacíficas como essas tendem a descarrilhar para a anarquia por escassez de policiais. Brasília já viu esse filme. Receber manifestações é o preço que a cidade paga por ser a capital da democracia. Mas cabe ao Governo Federal e ao Congresso assegurar os recursos necessários para bancar essas democráticas manifestações.

Bate cabeça

As marchas avançam enquanto continuam paradas as definições sobre o futuro do Fundo Constitucional. Reuniões são marcadas, desmarcadas e remarcadas. O Governo Lula não oficializa se é contra ou a favor da retirada do FCDF da reforma fiscal. Sem indicação do rumo a seguir, líderes partidários batem cabeça. Até o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que deveria ter cabeça fria nesses momentos, perde a cabeça ao ouvir desatinos do ministro da Fazenda, Fernando Hadad. Enquanto isso, o deputado-relator Cláudio Cajado (PP-BA), segue em sua luta quixotesca para ferrar Brasília.

Soluções mágicas

O tempo joga contra a política. O Governo Lula tem até o próximo dia 31 para enviar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO-2024) ao Congresso. E só vai enviá-lo após a aprovação do novo Marco Fiscal – com ou sem a inclusão do Fundo no limite de gastos da União. O tempo apertado contribui para o surgimento de soluções mágicas, que debelam focos de fogo, mas não conseguem apagar o incêndio. Fica a expectativa de que até quinta-feira a reforma fiscal seja, enfim, aprovada.   

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