Aos poucos, o governador Ibaneis Rocha (MDB) vai montando a nova equipe do segundo mandato. Desde 16 de março, quando voltou do Palácio do Buriti após 65 dias afastado, Ibaneis já mudou quatro graduados auxiliares. Começou em março pela presidência do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges): saiu Mariela Souza, entrou Juracy Cavalcante. Depois, em junho, mexeu na direção do Detran: trocou Marcelo Portela por Takane Kiyotsuka. Em julho, substituiu o secretário de Cultura Bartolomeu Rodrigues pelo ex-deputado Cláudio Abrantes. Agora, muda a presidência da Caesb: exonerou Pedro Cardoso e nomeou Luiz Antônio Reis.

Iges: corte na própria carne

As mudanças foram motivadas por composições políticas e técnicas. Ou ambas. Mas nenhuma delas se deu por denúncias de corrupção contra os auxiliares exonerados. No caso do Iges, por exemplo, Ibaneis cortou a própria carne. Depois de muitas reclamações sobre a gestão do instituto, o governador destituiu a amiga Mariela, colocando no lugar dela um médico do próprio quadro do Iges: Juracy Cavalcante, então diretor de Atenção à Saúde.

Cultura: acomodação política

No caso da Secretaria de Cultura, a mudança foi exclusivamente política. Mais uma vez Ibaneis sangrou a própria carne. Exonerou o velho amigo Bartolomeu Rodrigues, que foi seu assessor de Comunicação na presidência da OAB-DF. A gestão de Bartô na Cultura era aplaudida pela classe artística e pelo próprio governador. Mas aí foi preciso acomodar Cláudio Abrantes, não reeleito para a Câmara Legislativa. Mas Ibaneis não largou Bartô. Nomeou-o chefe da Secretaria de Relações Institucionais do GDF.

Detran: apoio preservado

Já no Detran e na Caesb, a soma de critérios políticos e técnicos motivou a troca de comando. No Detran, Ibaneis quis, ao mesmo tempo, preservar aliados políticos da área da Segurança e melhorar a gestão do Detran. Assim, trocou um delegado aposentado da Polícia Civil por outro da mesma corporação. Takane Kiyotsuka herdou de Marcelo Portela um baú abarrotado de reclamações, que vão desde a notada ausência de agentes de trânsito nas ruas até o desbotamento das faixas de pedestres.

Caesb: experiência técnica

Na Caesb, Ibaneis preferiu não atender à corporação, já contemplada. Foi buscar um profissional da iniciativa privada experiente em administração pública. Assim, o ex-delegado Pedro Cardoso deu lugar ao arquiteto Luiz Reis, que em governos passados foi secretário adjunto de Habitação, presidente da Codhab e diretor técnico da Terracap.

MDB: troca de comando

Ibaneis não mexeu apenas no GDF. Mudou também a presidência do MDB brasiliense. O deputado federal Rafael Prudente deixa o comando do Diretório Regional no próximo dia 19. Assume o posto o deputado Wellington Luiz, presidente da Câmara Legislativa, onde o MDB tem maioria (cinco distritais). Wellington pode ser o nome de Ibaneis para compor a chapa da vice-governadora Celina Leão (PP) ao Palácio do Buriti em 2026.

Jogo de xadrez

As mudanças não devem parar por aí. De olho nas eleições de 2026, Ibaneis vai encaixando as peças no tabuleiro, arquitetando qual será o próximo lance. Até lá, reis, rainhas, bispos, torres, cavalos e peões podem ser trocados. Faz parte do jogo.

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